sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Que história é essa de nos cobrar por fazer o que é sua obrigação?

Uma das coisas que sempre me tirou do sério é a cobrança que alguns políticos fazem ao povo por terem cumprido com o seu dever. Perdi a conta de quantas vezes li a seguinte frase: “Me admiro as pessoas que se beneficiam dos programas do governo não votarem na Dilma” ou: “Que gente ingrata, recebe benefícios do governo e vota no Aécio”
Como assim? Que raciocínio vocês fazem? Qual é a lógica deste pensamento?

Vejamos como funciona: Uma pessoa se candidata, faz uma série de propostas e o povo confia a ela o seu voto, lhe concedendo um mandato (Vejam bem, o povo lhe concede o mandato) durante o período que você exerce esse mandato, o povo trabalha, dia após dia, muitas vezes em atividades desumanas, com cargas horárias elevadíssimas e salários baixíssimos, para sustentar a manutenção da sua estrutura que inclui o salário, os assessores, o avião, o carro, a comida, a moradia e tudo mais, até a caneta, a folha de ofício, o papel higiênico que o presidente usa é financiado pelo povo.

Porque financiamos tudo isso? Para que o político tenha a oportunidade e as condições para realizar aquilo que nos prometeu. Sim, porque é assim que funciona, o político se elege presidente da república, se comprometendo em administrar o nosso dinheiro e o nosso patrimônio (Pois repito, até o papel higiênico e tudo que ele administra é de NOSSA propriedade) de forma honesta e em benefício do povo, criando programas, projetos, cuidando para que os contribuintes, que somos todos nós, tenhamos retorno daquilo que pagamos.

Aí o cara se elege, fica lá por quatro anos, nós lhe damos todas as condições de trabalho, algo que muitas vezes nós mesmos não temos, para que ele cumpra o seu DEVER, ele geralmente não cumpre grande parte do que prometeu, muitas vezes pede mais tempo para cumprir aquilo que não fez (Assim como aquele cara que te deve e chega na hora de pagar ele diz assim: Não tenho dinheiro, então você que escolhe, ou eu não te pago ou você me dá mais prazo para pagar) e ao final de tudo ele acha que está te fazendo um FAVOR.

Fazendo FAVOR? Então quer dizer que temos que agradecer pelo Bolsa Família, pelo ProUni, pelo FIES, pelo Minha Casa, Minha Vida? É isso? Eu te concedo 12 anos de mandato (Sim, pois eu concedi 12 anos de mandato ao PT, votei neles por todo esse tempo), financio com meu trabalho tudo o que você utiliza, te dei a oportunidade de cumprir tudo aquilo que prometeu, confiei na sua palavra e nas suas “boas” intenções, confiei em você o destino de um país inteiro, o meu destino e de todas as pessoas que amo, e você ainda acha que está me fazendo um favor? Não te faltou nada, teve as melhores condições possíveis, pode nomear quem você quisesse, inclusive pessoas que, além de não trabalharem, passaram o tempo todo roubando o nosso dinheiro, e você tem a ousadia de me chamar de ingrato? É  o SEU dinheiro ou o NOSSO que financiou todos estes programas?
“Um povo que não conhece seus direitos, torna-se um povo submisso e acanhado, onde a classe dos quais deveriam defendê-los, sobressaem em uma covardia moral,  fazendo esse povo voltar a mente para coisas fúteis e sem nexo...Agora um povo conhecedor de seu direitos, luta pelo melhor a cada dia e então o crescimento enquanto seres humanos fica notório.”Letícia Andrea Pessôa
Eu simplesmente não entendo a lógica de quem acredita que o governante faz um favor para o povo que lhe elegeu. Essa postura de achar que o governante é um “iluminado caridoso” que na sua benevolência nos concede a oportunidade de tê-lo nos guiando e garantindo nossa sobrevivência me remete a escravatura quando o “senhor” acreditava que estava dando àquele “ser inferior” a oportunidade de sobreviver, pois sem ele, morreria de fome e, portanto, teriam ser gratos por ter um lugar para dormir e uma gororoba para comer.

Isso só pode ser brincadeira! Como argumento, os caras sempre usam o seguinte: “É, mas quem me antecedeu não fez o que prometeu, ou fez menos do que eu, portanto, mesmo que eu não tenha feito o que prometi e tenha feito alguns “desvios”, ainda sou melhor do que ele”. Hã? Como assim? Você não parou para pensar que foi exatamente por isso que não votei nele e votei em ti? Quando votamos em um candidato, comparando-o com o outro, já fazemos esse raciocínio, se lhe tiramos o mandato e o concedemos a outro político ou grupo político, é porque reconhecemos que ele não atendeu plenamente nossas expectativas, e o concedemos a outra pessoa para que ela atenda essas expectativas, e não nos venha com desculpas, explicações esfarrapadas, e muito menos achando que nos faz um favor. É O POLÍTICO QUE NOS DEVE O FAVOR, NÃO O CONTRÁRIO! É ele que tem o DEVER de cumprir com suas promessas, administrar de forma honesta o nosso patrimônio, e não fazer isso pela metade e depois nos chamar de ingratos.

Temos de parar de ficar apenas com o ônus deste processo, pois quando as coisas saem errado, a culpa é do povo porque votou neles, mas quando saem certo o mérito é do político e não do povo que lhe concedeu essa oportunidade.


A despolitização, inclusive daqueles que se acham politizados, gera uma distorção dos papéis e nos coloca como “reféns” dos políticos. POLÍTICO NENHUM FAZ FAVOR A SEUS ELEITORES! 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Pesquisas mostram que Marina Silva será a próxima Presidente do Brasil!

Cada um lê as pesquisas de um jeito, e elaboram os títulos de sua própria forma. Eu escolhi este título para a minha leitura das pesquisas, como forma de provar o quanto somos manipulados pela grande mídia conservadora e também pela mídia oficial, patrocinada pelo governo.

Acompanhe a minha leitura das pesquisas:

Em 14/08, um dia após a morte de Eduardo Campos, o Datafolha apontava o seguinte cenário: Dilma 36%, Marina 29% e Aécio 19%

O Ibope (Que fez a primeira projeção com Marina no dia 23/08, dez dias após a morte de Eduardo) dizia o seguinte: Dilma 34%, Marina 21% e Aécio 20%

De lá para cá se se passaram exatos 48 dias. Neste período entre idas e vinda, subidas e descidas, de todos os candidatos, chegamos a quatro dias das eleições, e as pesquisas mostram o seguinte cenário:

Datafolha: Dilma 40%, Marina 25% e Aécio 20%
Ibope: Dilma 39%, Marina 25% e Aécio 19%

Há poucos dias das eleições, depois do PT ter despejado milhões de reais na campanha, colocado seus milhares de CC para trabalhar, usado a máquina pública como nunca se viu, e ter utilizado uma imensa estrutura de propaganda para difamar e espalhar mentiras e o medo na população, o cenário é o seguinte:

No Datafolha: Dilma cresce 4%, Marina cresce 4% e Aécio ficou como estava na primeira pesquisa.
No Ibope: Dilma cresceu 5%, Marina caiu 4% e Aécio ficou como estava na primeira pesquisa.

O que isso que dizer:
Primeiro que o povo não quer mais o PT no governo, que está cansado, pois por maior que seja a vantagem estrutural da presidenta Dilma, por mais “Golias” que ela seja, não conseguiu romper a barreira dos 40% não crescendo quase nada desde o começo da campanha, inclusive o Datafolha apresenta um crescimento igual de Dilma e Marina.

Se Dilma têm toda a máquina, mais dinheiro, mais partidos, mais cabos eleitorais, mais tempo de propaganda, está na frente das pesquisas, o que impede que as pessoas venham a aderir a sua candidatura? Só o fato de não desejarem sua continuidade.

O Aécio não se moveu, ficou exatamente onde estava desde o início e portanto, o povo reconhece que ele não é o melhor adversário para vencer Dilma no segundo turno.

Já Marina Silva, mesmo tendo um tempo infinitamente menor no horário eleitoral, menos dinheiro, menos cabos eleitorais, menos partidos apoiando, ela cresceu a mesma coisa que Dilma no Datafolha e teve uma pequena queda, no Ibope, porém ambas a colocam no mesmo índice de 25%.

Então: Se Marina enfrentou uma campanha difamatória “jamais vista na história deste país” e ainda se mantém viva, é porque o povo quer a mudança, e no segundo turno, com tempo igual e com debates diretos entre as duas candidatas, o PT não poderá mais se esconder atrás de sua supremacia estrutural e financeira, oriunda de um poderoso esquema de corrupção, e terá de prestar contas de suas práticas abomináveis.

Como podem ver, as mesmas pesquisas podem proporcionar diferentes leituras, portanto, não se deixem influenciar por elas.
 Votem com suas próprias consciências!
Parafraseando o Collares: “O voto é tua única arma, põe o teu voto na mão!”


Rouba, mas Faz? Quem Roubou nossa coragem?

A célebre frase “rouba, mas faz” nasceu em São Paulo, como uma espécie de slogan “não oficial” do ex-Prefeito e ex-Governador daquele estado, Ademar de Barros (1901-1969). Mais tarde, o mesmo slogan também serviria para o ex-Prefeito e ex-Governador e atual Deputado Federal de São Paulo, Paulo Maluf, que recentemente teve sua candidatura a reeleição cassada baseado na “Lei da Ficha Limpa”.

Os partidos de esquerda, sempre pregaram a moralidade, atacando, de forma violenta, toda e qualquer forma de corrupção, desperdício e mau uso do dinheiro público. O PT se apropriou do discurso das “mãos limpas” e fizeram o povo acreditar que com eles no poder isso “JAMAIS” aconteceria, o que fez com que muitas pessoas tivessem orgulho em empunhar uma bandeira do PT, era como se fosse um atestado de honestidade ser PTista.  

A corrupção é uma chaga em nossa sociedade, e uma epidemia na política. Particularmente, me sinto ofendido quando dizem que todo o político é ladrão, pois milito desde jovem e não sou corrupto! Conheço gente honesta na política e muito corrupto também. Porém, percebo que nosso povo está cansado, que nosso povo perdeu a esperança, e isso se reflete nas ruas. Hoje, ao estacionar meu carro, percebi que ele era o único em toda a rua que estava com adesivos de candidatos, todos os demais nada tinham. Quando que imaginaríamos que a menos de uma semana das eleições presidenciais as pessoas estivessem tão desmotivadas com a escolha?
Não vemos clima de eleição nas ruas. Engajados só uns poucos militantes e os detentores de cargos nos governos. A indiferença é grande, fruto de uma desilusão do povo com a política.
O desafio é conseguirmos fazer renascer a esperança no coração do nosso povo.

Infelizmente o PT tentou roubar nossa esperança! No poder se transformou em um partido tão corrupto quanto qualquer um dos seus antecessores. Não bastando estarem atolados em corrupção em quase todos os ministérios e em empresas como a Petrobras, e andarem de braço dado com Sarney, Calheiros, Collor e Maluf, conhecidos “amigos do alheio”, adotaram, de forma “não oficial” o discurso do “rouba, mas faz”.

Aquele orgulho de ser PT foi se perdendo, e aquela militância espontânea, de dar inveja, foi substituída pela militância profissionalizada. E pensar que no passado o PT gritava palavras de ordem tipo “el,el,el,militância de aluguel” para seus adversários. Hoje o PT obriga o ocupantes de CC’s a irem fazer campanha na rua, sob pena de serem demitidos. Hoje, ao invés de colaborarem com os 30% de seu salário para o partido, eles cobram propina das empresas que prestam serviço para os seus governos.

Mas, não é só ao PT que essa prática fez mal, foi à política como um todo, pois com a decepção das pessoas com eles, a política também caiu em descrédito e a frase que mais ouvimos hoje é: “Não adianta, é tudo igual, ninguém vai conseguir mudar essa situação!” As ruas vazias, o desinteresse pela política, a desilusão e a falta de esperança, são heranças desta frustração gerada no coração de nosso povo.
A adoção, pelo PT, das práticas e dos discursos de políticos como Sarney, Collor e Maluf , fizeram crescer a desilusão e a desconfiança do povo com os políticos a ponto que hoje não se saber diferenciar os bons dos ruins. Para a população, todos são iguais!
O PT prometeu a “redenção” e o que entregou foi mais do mesmo. Se fosse condenado por corrupção eu entraria no presídio de cabeça baixa, com vergonha de minha família, de meus filhos e de todos que em mim confiaram! A alta cúpula do PT entrou no presídio de braços erguidos como heróis. Aí não querem perder o respeito!

Inconformado, rebelde, indignado, não perco a esperança de tentar mudar. Eu confio, me entrego, acredito, caio e levanto, mas não desisto de querer um Brasil melhor, pois desistir seria legar um futuro de desilusão e exploração àqueles que mais amo.

Quando me descobri pai e logo depois avô, compreendi que é meu dever lutar de forma incansável para que o mundo de meus descendentes seja melhor. Sei que não posso mudar tudo sozinho, mas sei que preciso fazer a minha parte. O PT me causou desilusão, mas na conseguiu me roubar à coragem, por isso vou de Marina e Beto – 40!



terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Marina é Evangélica? E daí?

Vi inúmeras pessoas reproduzindo a conversa de que Marina é evangélica e por isso não pode governar o Brasil. Não pode mesmo? Porque?

Até agora não entendi o motivo. Será porque o país é laico? Mas “estado laico” não é aquele que não têm religião e portanto, respeita o direito das pessoas a ter uma religião? Não é o “estado laico” que não concebe qualquer discriminação por causa da religião? Não é exatamente o “estado laico” que garante o direito de Marina ter e professar uma crença?

Nunca vi o PT ou os outros partidos questionando a crença dos candidatos, seus e dos outros partidos. Dia destes vi a Dilma bem faceira na inauguração do “Templo de Salomão” ao lado do Edir Macedo. 

Veja aí quem não acompanhou a notícia http://goo.gl/bdWWMA

Você sabia que o Prefeito de Porto Alegre, José Fortunati é evangélico (Se converteu em 2006 na Igreja Batista Filadélfia)? Você lembra de alguém dizendo que ele não podia ser prefeito por ser evangélico?

O PT falando de religião? Só pode ser brincadeira! Me criei na militância de esquerda e sempre soubemos que o PT é projeto da igreja católica e sempre fez parte da estratégia de inserção da igreja na política. Querem enganar quem? Tem memória curta? Leiam aí então: http://goo.gl/yFdAGC (Essa entrevista já prenunciava o rompimento de parte da Igreja com o PT, o que aconteceu efetivamente em 2010. O criatura se voltando contra  criador! Portanto, não vejo moral no PT para falar de influência religiosa. Pesquisem na internet as relações do PT com a igreja.)

Você que é ateu, evangélico, judeu, muçulmano, umbandista, africanista, não votaria no PT por seus vínculos com a Igreja Católica? 

Nunca fui antiPTista! Primeiro porque acho um desperdício de energia ser anti alguma coisa, e segundo porque já votei no PT por várias vezes, sou um militante de esquerda, e ao contrário de muitos PTistas, reconheço os bons quadros políticos dos outros partidos do mesmo campo, e inclusive dos outros campos políticos. Não acho saudável para a democracia demonizar o PT, da mesma forma que repudio a tentativa do PT em nos demonizar. Vão se enxergar!  

Com essa prática agressiva e desesperada o PT está jogando fora o resto de dignidade que lhes resta, após o mensalão, os escândalos de corrupção na Petrobras, e as alianças com Sarney, Collor, Calheiros, Maluf e companhia.  A utilização de factoides, de mentiras, calúnias, difamações e qualquer outro subterfúgio para desviar o debate político é um desserviço à democracia e causam irreparáveis danos para a politização do nosso povo.  

Boa reflexão do Le Monde! Vale a leitura: http://goo.gl/OvzjCZ

Você que me lê, fique atento a essa prática de discriminação por causa da religião das pessoas! Se continuar assim, só poderá trabalhar no serviço público quem for ateu, pois, se todas as pessoas se deixam influenciar pela religião, juízes, promotores, delegados, policiais, jornalistas, auditores, médicos e toda a ordem de servidores públicos terão de ser ateus, pois, caso contrário, terão suas práticas profissionais influenciadas por suas crenças.

Confesso que acho isso uma bobagem! Acho que a tentativa de discriminar as pessoas por causa de sua religião é tão absurda quanto querer impor uma religião a quem não a tem.

Reflitam e não se deixem manipular! Não discrimine para não ser discriminado!


Prefiro a autonomia que a manipulação!

Uma das coisas que diferencia um político do outro é sua postura e sua prática no que diz respeito a encarar a relação com os eleitores e seu entendimento sobre a inteligência alheia.

Existem aqueles que confiam na inteligência alheia e na capacidade do ser humano em fazer suas próprias escolhas e por isso estabelecem uma relação de respeito com o próximo, influenciando sim, mas não manipulando.

Sempre vivi esse dilema, pois não consigo encarar as pessoas como “massa de manobra”, gosto que estejam sabendo o que fazem, por isso, nunca usei suas fraquezas como argumentos políticos, coisas do tipo: “Vem comigo que depois te consigo um emprego!” ”Me ajuda que te ajudo!” “Lembra aquela vez que tu precisou? Agora tem de retribuir!” “Cara, preciso de ti, me ajuda porque sou teu amigo!”

Acho que as pessoas devem tratar política a sério, votar no cara só porque ele prometeu um emprego ou algum tipo de benefício para um parente ou amigo, é muito pouco.

O país só melhora se leva a sério a política, se as pessoas se envolvem, participam! Quando são manipuladas, acabam se transformando em algozes de si mesmos.

Por isso abomino argumentos como aqueles que dizem: “Vota em mim senão vão acabar com a Bolsa Família!” Argumentos como este são práticas fascistas que espalham medo e exploram as fraquezas humanas, aproveitam-se da vulnerabilidade das pessoas para manipulá-las! Isso é hediondo!

Por sobrecarga de trabalho e estudo, não efetivei a utilização destas ferramentas (Blog e Facebook) para os fins que desejava quando os criei, que era registrar minhas opiniões políticas e repercutir posicionamentos do PSB. Porém, diante da vergonhosa campanha difamatória e absurda que estão fazendo contra a candidatura de Marina e Beto, resolvi ativar este espaço para auxiliar meus amigos na reflexão.

Como sou prolixo, utilizarei o método de pequenas postagens, basicamente comentários sobre os assuntos que considero importantes.

Minha intenção é tão somente expor minha própria opinião, e as pessoas, de forma autônoma, façam seus próprios julgamentos, pois é nisso que acredito. Se alguém quer estar de um lado, espero que esteja consciente do que faz, se responsabilizando por suas escolhas e não delegando aos outros essa responsabilidade. País forte, sociedade forte, se constrói com seres autônomos e conscientes!

Estou de volta!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A militância profissionalizada

Em entrevista ao Jornal espanhol El Pais, publicada na edição do dia 20 de Outubro, e repercutida no dia seguinte pelo Correio do Povo, o Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas ao PT. Lula disse que parte do partido se distanciou das origens do PT e “valoriza muito” cargos públicos.

A recente crítica de Lula nos remete a um conflito real que todos os partidos brasileiros vivem, que é a “profissionalização da militância”. No período anterior e imediatamente posterior a ditadura a militância política era exercida quase que em sua totalidade por “idealistas”, pessoas que traziam consigo utopias e uma certa megalomania, que lhes fazia acreditar que poderiam “mudar o mundo”, no linguajar atual poderíamos dizer que quase todo o militante, principalmente de esquerda, era um “sonhático”.

O tempo passou e aos poucos a esquerda foi chegando ao poder e com ele a oportunidade de fazer a diferença, de colocar em prática tudo aquilo que era sonho e teoria. Infelizmente a realidade nos trouxe frustrações e também alguns efeitos colaterais. Um deles é a militância profissionalizada, que consiste, basicamente, de pessoas que ingressam nos partidos quando eles estão no poder, que vão, desde aqueles que faziam parte de outros partidos, que a medida que eles perdem o poder e outro assume, migram para o partido que está no poder, e assim sucessivamente, passando por aqueles que foram indicados para ocuparem alguma função em atendimento a um pedido de um parente ou amigo com “relações políticas”, que “ajudaram” na campanha. Existem também aqueles que são funcionários de carreira e que acabam simpatizando com o partido que está no governo e a ele acabam se filiando. São muitas as situações.


Isso quer dizer que essas pessoas não são bem vindas? Não! O problema não é esse, pois, muitas vezes essa é uma boa oportunidade de garimpar novos talentos, líderes natos que estavam a espera de uma oportunidade. O problema, é como os partidos lhe dão com esse militante, como eles são “ganhos” para a causa, como é passado o entendimento e a compreensão que, para os idealistas, o poder é passageiro, e em primeiro lugar está a fidelidade, a honra, a honestidade e o respeito aos valores e princípios que o levaram até aquela posição. Idealistas não estão nos governos para se perpetuarem no poder e para se locupletar. Estão lá para cumprir uma missão, e tão logo ela esteja concluída, deve-se partir para outra. Ter apego aos salários, ao poder, ao conforto e as facilidades é algo comum entre as pessoas e isso faz com que se esqueçam dos seus reais objetivos.

Na entrevista, Lula deixa claro essa preocupação quando diz: “... gente que valoriza demais o parlamento, outros que valorizam os cargos públicos...” para ele, “as pessoas tendem a esquecer os tempos difíceis em que para nós era bonito carregar pedras. Acreditávamos, era maravilhoso. Um grupo mais ideológico, a gente trabalhava de graça, de manhã, de tarde, de noite. Agora, você vai fazer uma campanha e todo mundo quer cobrar. Não quero voltar ás origens, mas o que eu gostaria é que não esquecêssemos para que fomos criados”.

É preciso que todos os partidos saibam lidar com isso, Que não se afastem de seus princípios e ideais. Quando se deixa levar pelo objetivo de garantir “espaço” para seus militantes, os partidos se desviam de seus princípios ideológicos e viram “produtos” em prateleiras, a espera de alguém que lhes ofereça o “melhor preço”, e isso cria anomalias como a “supervalorização” de parlamentares e do poder.


Lula crítica supervalorização do parlamento. Eu tenho certo descontentamento com a supervalorização e com postura de alguns parlamentares. Embora sejam fundamentais, eles não são todo o partido. Nenhum partido vive de parlamentares e seus CCs, é preciso ter militantes, dirigentes, pessoas comprometidas com o ideário partidário e coletivo, pois o vinculo com o parlamentar, tende a se transformar em uma relação personalista que leva, muitas vezes, o interesse de manutenção do mandato, e consequentemente dos “cargos”, uma prioridade acima do interesse coletivo do partido. É muito comum que alguns parlamentares utilizem-se do fato de “ter votos” para auferirem vantagens perante os outros militantes partidários, o que muitas vezes desvaloriza o papel do “dirigente partidário” e impede o desenvolvimento de novas lideranças.

Infelizmente, são poucos os parlamentares “altruístas” que compreendem que “mesmo sem mandato” o dirigente partidário tem um papel fundamental na organização partidária, no garimpo de novas lideranças, no contato com a população e com os demais partidos, e que, partido de verdade valoriza e investe na formação de “quadros”.  Disputar eleições não é o único objetivo da existência de um partido político.

É hora dos partidos repensarem seus objetivos de futuro, e ousarem na busca de um novo modelo político e partidário, mais próximo da ideologia e da coletividade, menos individualista. Crer que pode ser feito diferente é fundamental para que os paradigmas e os “vícios” sejam quebrados. Eu quero mais e melhor!


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Só da Eduardo Campos e Marina Silva!


O Assunto do momento é a filiação de Marina Silva ao PSB, e o seu apoio a candidatura de Eduardo Campos. No meio político não se fala em outra coisa, ainda mais após a divulgação da nova pesquisa do Data Folha que aponta crescimento dos dois, principalmente de Eduardo Campos que chegou aos 15%, seu melhor desempenho até agora, que em pesquisas anteriores não passavam dos 8%. A união do PSB e REDE está dando o que falar como mostra o Blog Hall Socialhttp://hallsocial.leiaja.com/post/2013/agora-e-nossa-vez) reproduzido abaixo:
       

    "Agora é a nossa Vez"
  Por Daliana Martins No dia 14/10/2013 - 11:15



Será, hein, que teve repercussão a aliança da ex senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco Eduardo Campos, anunciada no sábado (5)? A formação da chapa do PSB rumo a campanha presidencial de 2014 dominou as capas das principais revistas semanais, e com direito a entrevistas em todas elas. Veja, IstoÉ, Carta Capital, Exame e Época entre as que estamparam 'a nova oposição', como destacou a Exame. Se era exposição midiática o que eles queriam, taí!